“Amor à vida” vira “Amor à mentira”

ninho

 

A crueldade de Félix, que se condenado poderia pegar até 76 anos de prisão(como bem lembrou Patrícia Kogut) já teve o perdão de sua mãe (Pilar) e até mesmo de sua irmã (Paloma), de quem ele roubou a criança que jogou numa caçamba.

O público já vem se identificando com a recente bondade do moço e tem se colocado como cúmplice na opção do autor Walcyr Carrasco de dar um final feliz ao vilão regenerado, porque sabe se tratar de uma ficção e não de crimes verídicos, o que atenua um possível julgamento.

Mas o que tem tirado o sono dos telespectadores e até já virou piada na internet foram as facadas desferidas por Aline (Vanessa Giácomo) em Ninho (Juliano Cazarré).

Os vários golpes dados no peito do rapaz não foram suficientes para causar sua morte e independentemente de ser ou não uma obra fictícia, soou excessivamente falso o fato do personagem ter sobrevivido.

Que tudo pode acontecer numa obra televisiva o telespectador já sabe, mas confia também que tudo seja tratado com um mínimo de coerência, pois caso contrário corre o risco de perder de vez a confiança desse mesmo público e ser tratado como um sub-produto, onde não existe nexo em nada e absolutamente tudo pode acontecer.

Vale lembrar que numa novela onde são tratados temas atuais e pertinentes como homossexualidade,aluguel de barriga e discriminação com gordos, o mínimo que se espera é que o público não seja subestimado a ponto de acreditar que bonecas de pano falam (como no Sítio do Picapau) e pessoas explodem como Dona Redonda em “Saramandaia”, porque caso isso ocorra, o que realmente pode acontecer é o público explodir de desgosto.

(Léo Uliana)

 

 

 

 

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