‘O Instante do Aquilo’ no Municipal do Rio
Com coreografias do espanhol Chevi Muraday, espetáculo criado para celebrar os 25 anos da Companhia de Ballet da Cidade de Niterói (CBCN) será apresentado no Municipal do Rio, dia 04 de agosto, com ingressos a R$ 1
Júpiter e Saturno, dois dos maiores planetas do Sistema Solar, têm em comum um fenômeno natural: neles, chove diamantes. Em ambas as atmosferas, durante as tempestades, os raios convertem o metano em fuligem, e, esta, na medida que cai, cristaliza-se na pedra preciosa. Tal fator intrigou o coreógrafo espanhol Chevi Muraday. Tal fenômeno foi uma das molas mestras para o artista conceber “O instante do aquilo”, espetáculo criado para celebrar, em 2017, os 25 anos da Companhia de Ballet da Cidade de Niterói (CBCN). No ano seguinte, o espetáculo foi indicado ao Prêmio Cesgranrio de Dança em duas categorias: Coreografia e Prêmio Especial (para a iluminação de Paulo Cesar Medeiros). A encenação volta ao Rio de Janeiro para uma única apresentação no palco mais importante da cidade, o do Theatro Municipal. A apresentação será dia 04 de agosto, um domingo,excepcionalmente às 17h, dentro do programa que oferece apresentações com o ingresso a R$ 1.
Será a terceira vez que a companhia dança no Municipal, onde já apresentou dois balés de seu repertório: “Uma noite com Cole Porter” (2003) e “Choros e valsas – Um tributo a Pixinguinha”, (2006), ambos com coreografias de Rodrigo Negri.
Outros fatores e questões inspiraram “O instante do aquilo” além da supracitada chuva de diamantes — que inspirou um dos impactantes números do espetáculo. Refletir sobre o modo como sobrevivemos a situações de muita pressão – e como saímos delas – foram outros alicerces que levaram ao elogiado resultado do espetáculo. Indo mais além nesse quesito, quais as válvulas de escape que nos ajudam a sobreviver num terreno (ou num tempo, sobretudo) tão hostil?
Uma das respostas está na Literatura. Grandes nomes como a ucraniana naturalizada brasileira Clarice Lispector (1920-1977), a britânica Virginia Woolf (1822-1941) e o poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) são, sob o olhar de Chevi, verdadeiras jóias. Diamantes, melhor dizendo. Tanto que algumas de suas frases e pensatas são utilizadas em cenas do espetáculo. Eles são, segundo o encenador, “diamantes literários que nos deixaram e que nos ajudam a encontrar nossas válvulas de escape , tão necessárias”.
Válvulas de escape como (e por que não?) o próprio ato de dançar. “Dançar para não ‘dançar’’, como já cantou Rita Lee. E o resultado disso é um espetáculo impressionante, que, acrescido de recursos como iluminação (Paulo Cesar Medeiros), figurinos (do próprio Chevi Muraday) e música vão muito além de uma experiência visual cênica. É algo que chega ao limiar da arte visual. Exagero? Então, a próxima oportunidade de viver essa experiência é dia 04 de agosto, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A gente se vê lá.
Serviço:
Dia e hora: 04 de agosto, domingo, às 17h
Onde: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, s/nº, Centro. Tel: 2332-9191)
Ingresso: R$ 1 (um real)
Duração: 50 minutos
Classificação: 14 anos
Ficha técnica:
Concepção, coreografias e figurinos: Chevi Muraday
Elenco: Bailarinos da CBCN
Assistente de coreografia: Fabiana Nunes
Ensaiadores: Fabiana Nunes e Fran Mello
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Fotografia: Henrique Pontual
Confecção de figurino: Avant Première
Direção artística da CBCN: Fran Mello
Produção executiva: Tenara Gabriela