Espetáculo “MARIA!” reinaugura novo espaço no Solar de Botafogo
Depois de três temporadas de grande sucesso de público e crítica, o espetáculo “MARIA!” reinaugura mais um espaço teatral na cidade – o Espaço II do Teatro Solar de Botafogo, dentro da OCUPAÇÃO SOLAR. Na peça o ator Claudio Mendes faz uma ode ao cronista e compositor Antônio Maria, ícone do Rio de Janeiro nos chamados Anos Dourados.
O Espaço II do Teatro Solar de Botafogo, recebe do dia 06 a 29 de março, sextas às 17h, sábados e domingos às 20h, o espetáculo “MARIA!” que concedeu a Claudio Mendes duas indicações a prêmio de melhor ator nos Prêmios Cesgranrio e Botequim Cultural, e também ao iluminador Paulo Cesar Medeiros, no Prêmio Cesgranrio.
A peça é uma organização das crônicas e canções de Antônio Maria. Juntos Claudio Mendes e Maria Clara, violoncelista, costuram o texto e as músicas construindo um enredo que revelam numa autobiografia cênica, a vida e a obra do poeta. O tempo cronológico do espetáculo é o de um dia na vida de Maria, o dia de seu aniversário, mas suas lembranças é que dão o tom biográfico que cria o enredo da peça. “Maria!” resgata o poeta e o traz de volta à luz às vésperas da comemoração do seu centenário. Em cena, Claudio Mendes atua acompanhado pela violoncelista Maria Clara Valle. A direção é de Inez Viana (Cia. OmondÉ).
– Falar do Maria hoje é, de certa forma, entrar em contato com um Rio menos ansioso e violento, onde o que reina na noite são os boêmios e os poetas – comenta Inez Viana.
O espetáculo começa com o artista voltando para casa, um apartamento de quarto e sala em Copacabana, com o dia amanhecendo, vindo de mais uma noitada boêmia. Faz uma ode ao Rio de Janeiro, cidade que escolheu para viver e também critica seu abandono. Antes de dormir fala sobre cansaço, velhice e sua vida irrequieta. Adormece, enfim, e ao acordar entre as várias tarefas que tem para cumprir, escrevendo crônicas para a rádio e para o jornal, conversa sobre feiura, velhice, solidão, amor, trabalho, dívidas, insatisfações. Sem conseguir escrever uma linha, nem sobre si mesmo, ele abre o seu diário e relembra o Carnaval de sua infância no Recife, sua chegada ao Rio de Janeiro, na Lapa dos anos 40, cheio de deslumbramentos. Ao anoitecer ele sai de casa, vai cair no Sacha’s, como sempre, e lá encontra seus amigos: Vinícius, Di Cavalcanti, Maysa e lamenta a perda de sua amiga querida, Dolores Duran, de quem se recorda com muita saudade. Dia amanhecendo, nosso cronista volta para casa pela orla, onde o “colar de pérolas” ainda aceso vai se apagando com a luz da manhã. Ele fala sobre Copacabana, bairro onde morou boa parte de sua vida e onde morreu. Chegando em casa ele só quer o merecido descanso, o sossego. É apenas mais uma noite de sono, mas podemos imaginar que possa ser a última. O Menino Grande deixa-nos um último samba, melancólico, mas cheio de humor, como era o próprio Antônio Maria.
A respeito de sua atuação, Claudio Mendes comenta que “não há uma tentativa de mimetizar o personagem Antônio Maria, reproduzindo sotaques, trejeitos e voz, porém o texto é todo dito em primeira pessoa. Então, é o Antônio Maria na voz do ator Claudio Mendes.” E citando seu envolvimento com este trabalho Claudio diz que “minha alma colou na do Maria desde a primeira leitura. Nesse espetáculo quero tentar traduzir para o teatro, toda beleza, poesia, humor, acidez, ironia, a graça das palavras deste grande cronista, poeta e compositor. Quero emprestar a ele o meu melhor, como ele me deu o melhor que havia nele e fazê-lo chegar às pessoas. Acho o momento perfeito para se ouvir Antônio Maria.”
Serviço
Espetáculo: Maria!
Temporada: de 06 a 29 de março – sextas às 17:00 / sábados e domingos às 20:00
Ingressos: R$50,00 (inteira) R$25,00 (meia)
Horário de funcionamento: terça a domingo, das 15h às 20h
Classificação indicativa: livre
Ficha Técnica
Autor: Antônio Maria
Violoncelista: Maria Clara Valle
Programação Visual e Mídias sociais: Silvana Andrade
Realização: J.R. Mac Niven Produções Ltda.