Cia. Teatral Milongas estreia “Homem Feito”, na Sede das Cias
Drama de Rafael Souza-Ribeiro coloca em xeque a formação da identidade masculina na nossa sociedade
A Sede das Cias recebe, de 06 de setembro a 13 de outubro, às sextas e sábados às 20h e domingos às 19h, o solo “Homem Feito”, com dramaturgia e direção de Rafael Souza-Ribeiro (autor do espetáculo “Gisberta” e da adaptação para o teatro de “Malala, a menina que queria ir para a escola”) e atuação e codireção de Breno Sanches. A décima quarta criação da Cia. Teatral Milongas narra a história de um homem jovem e bem-sucedido que retorna à cidade natal e revive episódios sombrios da infância e adolescência que até hoje reverberam em sua personalidade.
Neste retorno à sua cidade, ele reencontra duas figuras que marcaram sua vida: o pai e um amigo dos tempos de escola. O pai é um homem machista e extremamente conservador que expulsou de casa o filho quando este se assumiu gay. Já o amigo foi com quem este homem dividiu, ainda na adolescência, uma história de intimidade e afeto interrompida após um terrível episódio de violência escolar.
O reencontro entre eles se dá quando o pai, em estado grave de saúde, clama pela presença do filho. A situação atira o personagem numa espiral de memórias que vêm à tona entremeadas de violência, frustrações e preconceitos, deixando evidente que a criação torpe, representada pelo pai, embutiu conceitos que o afetam em todas as experiências de sua vida adulta: nos campos pessoal, profissional e ético. Seu drama gira em torno da seguinte contradição: dentro do homem que construiu em torno de si, não cabe o próprio homem que é.
“Questionando a formação da identidade masculina ao longo da História, mas tendo como foco o homem brasileiro contemporâneo na casa dos trinta anos, abro espaço para que a dramaturgia aborde e problematize temas como machismo, educação, relação entre pais e filhos, homofobia, bullying, violência, cultura pop, marketing, relações afetivas em tempos de internet. Longe de endossar ideias retrógradas, esse trabalho lança um olhar crítico sobre a intolerância e revela aspectos da complexa configuração estrutural e social tão típica deste nosso país atravessado de paradoxos”, destaca Rafael.
A encenação propõe, de forma simples e direta, ressaltar a dramaturgia e o trabalho de ator, em um jogo direto com o público. O ator dá voz a vários personagens e cria uma dinâmica em que ora é amável, ora é odiável, embaralhando os julgamentos da plateia sem maniqueísmos.
“O Brasil atravessa um momento em que discursos obscurantistas ganham cada vez mais espaço. E diferente de querer silenciar esses discursos ou ignorá-los, a arte tem como uma de suas prerrogativas jogar luz sobre as sombras, por isso trazê-los à cena neste momento torna-se questão importante. Aliás, vale observar que a classe artística, hoje, também está na mira do conservadorismo como há muito não se via e o próprio papel do artista é constantemente questionado”, finaliza Breno, que estará sozinho em cena pela primeira vez na carreira.
SERVIÇO:
Local: Sede das Cias
Temporada: 06 de setembro a 13 de outubro
Dias: sextas e sábados, 20h, e domingos, 19h
Endereço: Rua Manuel Carneiro, 12 – Escadaria Selarón – Lapa
Ingresso: R$30 (inteira)\R$15 (meia)
Bilheteria: sempre 01h (uma hora) antes do início do espetáculo
Aceita cartão de crédito e débito.
Telefone: (21) 2242-4176
Capacidade: 58 lugares
Faixa etária: 16 anos
Duração: 50 minutos
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Rafael Souza-Ribeiro
Atuação: Breno Sanches
Direção: Breno Sanches e Rafael Souza-Ribeiro
Trilha Sonora: Marcello H
Cenário: Tuca Bevenutti, Murilo Barbieri e Breno Sanches
Figurino: Bruno Perlatto
Assistente de Figurino: Luísa Marques
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Preparação e Movimentação de Luta (Muay Thai): Willyam Souza
Visagismo: Diego Nardes e Lucas Souza
Preparação Vocal: Jane Celeste
Fotografia: Renato Mangolin
Arte Gráfica: Ludmila Valente
Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues – Aquela que divulga
Direção de Produção: Breno Sanches
Produção Executiva: Hugo Souza
Assistente de Produção: Naomi Savage
Realização: Cia Teatral Milongas