“ADEUS, PALHAÇOS MORTOS” dá adeus essa semana !
A premiada peça da Academia de Palhaços aborda o próprio fazer artístico por meio de um espetáculo contemporâneo e provocativo. Som eletroacústico e imagens de projeções que mudam mais de 500 vezes compõem o cenário.
“Adeus, Palhaços Mortos”, baseado no texto “Um Trabalhinho para Velhos Palhaços” do romeno Matei Visniec, se apresentou em curta temporada na CAIXA Cultural Rio, e se despede dos palcos nesse fim de semana.
Com direção e adaptação assinadas por José Roberto Jardim, a tragicomédia narra a história de três grandes artistas circenses do passado que acidentalmente se reencontram, depois de muitos anos, na antessala de uma agência de empregos. Eles sabem que só um será escolhido. Nesse dia, suas amizades, memórias, segredos, pequenezas e vilanias serão expostos, criando, dessa maneira, uma ode ao ofício do ator e uma profunda reflexão sobre os fundamentos filosóficos da carreira artística. A sala de espera desse teste de casting – que nunca acontece – revela-se um não-lugar, um limbo onde essas três figuras se veem condenadas a rever suas escolhas éticas e estéticas, num exercício infinito de reflexão sobre a resiliência do artista, a urgência da Arte e a sacralidade do ofício.
“Cada cena é um recorte num espaço-tempo descontínuo e fragmentado. São fotogramas vagando nas memórias individuais e coletivas daquela trupe circense. São vozes do passado ecoando em busca de algum sentido” diz o diretor José Roberto Jardim. O espectador, ao ser impactado pela violência dos deslocamentos espaço-temporais, é convidado a um passeio pelas questões que movem esses velhos artistas desde seu passado de glória até seu inevitável futuro. “Propusemos uma experiência sensorial que transita entre o abismo da morte e a devoção de uma vida voltada à Arte e que, portanto, mira a imortalidade”, conclui Paula Hemsi, uma das atrizes da Academia de Palhaços.
A peça marca a consolidação da parceria artística entre a companhia Academia de Palhaços e o diretor José Roberto Jardim, que já trabalharam juntos em diversas ocasiões e configurações, mas que pela primeira vez se encaram como elenco e diretor. O convite surgiu depois que a Kombi-Palco da companhia pegou fogo, em 2015, queimando figurino, equipamentos, cenários e o próprio veículo. O Incidente fez com que dois integrantes abandonassem o coletivo de cinco artistas que ficou por um ano parado. Diante da necessidade de se reinventar, restaram as artistas Laíza Dantas e Paula Hemsi encarar esse novo ciclo artístico. O recomeço se deu com o diretor José Roberto Jardim, que respondeu ao chamado da companhia trazendo o texto “Um Trabalhinho Para Velhos Palhaços” de Matei Visniec. A dramaturgia, que trata justamente de três artistas circenses diante do fim de suas existências, de suas carreiras e da Arte, é uma metáfora perfeita para catalisar artisticamente o momento de fim/recomeço da Academia de Palhaços e seus atores.
A ficha técnica reúne também uma premiada equipe de criadores: Tiago de Mello, o diretor musical, é um dos expoentes mais profícuos da música experimental eletroacústica do Brasil; o cenário e as vídeo projeções ficaram a cargo do Coletivo BijaRi, um grupo de arquitetos, artistas plásticos e videomakers especializados em instalações e mapping. Já o figurino foi criado e desenhado pelo estilista Lino Villaventura; e o visagismo é assinado por Leopoldo Pacheco. Essa equipe e suas contribuições alçaram o projeto a novos patamares. Em cena estão os atores Laíza Dantas, Paula Hemsi e Maurício Schneider.
O espetáculo recebeu o prêmio Shell de Melhor Cenário, o Prêmio Aplauso Brasil de Melhor Espetáculo de Grupo e o prêmio de Melhor Direção pela Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (Prêmio APTR). A montagem representou o Brasil no Festival “World Stage Design 2017” em Taipei (Taiwan) e nos Festivais Internacionais de Trabzon e Antália, ambas na Turquia.
SERVIÇO
Teatro: “Adeus, Palhaços Mortos”
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro–Teatro Nelson Rodrigues (endereço: A
Data: 14 a 16 de dezembro
Horário: sexta e sábado, às 19h e domingo, às 18h.
Informação:
Ingressos: R$ 40 (plateia) e R$30,00 (balcão) – (meia – conforme legislação e correntistas e funcionários da CAIXA)
Bilheteria:
Classificação etária: 12 anos
Lotação máxima: 400 lugares
Duração: 60 minutos
Ficha técnica:
Elenco: Laíza Dantas, Maurício Schneider e Paula Hemsi
Texto original: Matei Visniec
Direção e adaptação : José Roberto Jardim
Direção musical: Tiago de Mello
Músico: Murilo Gil
Cenografia e video-instalação: Bijari
Iluminação: Paula Hemsi e José Roberto Jardim
Figurino: Lino Villaventura
Visagismo: Leopoldo Pacheco
Fotos: Lígia Jardim e Victor Iemini
Produção: Carol Vidotti
Produção local: Luísa Barros e Thaís Pinheiro
Assessoria de imprensa: Lyvia Rodrigues – Aquela que Divulga
Realização: Academia de Palhaços
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal