“Nas garras da paixão” com a cantora Ana Cristina

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A cantora Ana Cristina celebra 20 anos de carreira, dia 22 (quinta), em show no Beco das Garrafas com participações de Sérgio Ricardo e Mu Chebabi

Muitas são as cantoras que chegam a duas décadas de carreira. Poucas são as que completam 20 anos de labuta e, ao olhar para trás, têm do que se orgulhar. Esse é o caso de Ana Cristina, artista que, no início dos anos 90, trocou Belém pelo Rio abraçando de vez a música e que, em 1991, foi brindada com um Prêmio Sharp de Música (hoje Prêmio da Música Brasileira) como Cantora Revelação de MPB. Se tinha ainda dúvidas sobre sua escolha, a vida lhe mostrava que era esse o caminho.  Trajetória esta que contabiliza cinco CDs e três DVDs. E ela sabe que o momento pede uma comemoração. E os festejos serão abertos, dia 22 de outubro, quando pisa o palco do Beco das Garrafas em show que contará com as participações de talentos de diferentes gerações: Sérgio Ricardo e Mu Chebabi.  O repertório trará canções de seu CD mais recente, “Nas garras da paixão”, misturadas às músicas dos anteriores e clássicos do jazz e da MPB como “Tenderly” e “Bananeira” (João Donato e Gilberto Gil).

O jazz era um dos gêneros musicais de que Geraldo Pinto Marques Tavares mais gostava. Em sua casa, em Belém, alternavam-se na vitrola discos de Ella Fitzgerald, John Coltrane e Chet Baker, entre outros. Foi embalada por esse estilo que uma de suas filhas, Ana Crsitina, começou a ter sua atenção despertada para a música. Do jazz à MPB foi um caminho natural. E foi pelas mãos (ou melhor pela voz) de Jorge Ben que a garota chegou a outros ídolos – alguns reverenciados até hoje (Elis, Nana Caymmi…). Mais exatamente, graças ao samba-pop “Agora ninguém chora mais”, que seus pais também não se cansavam de ouvir. Não por acaso, a artista homenageia o hoje Ben Jor no seu CD mais recente e incluiu uma versão bem pessoal do sucesso “Mas que nada” no show com que celebra suas duas décadas artísticas.

Anos depois, o violão deixado em sua casa, onde aconteceria uma reunião, fez a menina perder a noção do tempo em que ficou ali, absorta, admirando aquele objeto que produzia sons. Ao completar 12 anos, ganhou o seu – o primeiro de muitos. Ao tirar canções de ouvido, aprimorou seu canto. A ponto de sua mãe, Nazareth, lhe pregar uma peça: era escalada de surpresa para cantar nas festas e reuniões promovidas em casa. Ela só não sabia que, em uma delas, teria selado seu futuro artístico. 

Certa noite, um dos convidados era o português Álvaro Ribeiro, músico de jazz que fez fama em Belém. O que Ana Cristina não sabia é que ele estava ali para conhecer aquela voz, da qual já ouvira falar. E ele fez mais do que confirmar suas suspeitas: convidou-a para acompanhá-lo no Alfama, piano bar do hoje extinto Hotel Equatorial – e point do público descolado de lá.

E natural que a jovem atração do Alfama começasse a ter sua voz comentada Belém afora. Em 1990, grava “Flor do Grão Pará”, seu primeiro CD solo. O disco tem produção do compositor Paulo André Barata, autor de canções como “Foi assim” e “Pouapixuna”, e chamou a atenção de outras cidades para o canto de Ana Cristina. Aquela capital foi ficando pequena para aquela cantora promissora.

Atraída por novos desafios,  começou a encarar a longa ponte-aérea entre Belém e o Rio. E a capital fluminense não a intimidou. Na Cidade Maravilhosa, fez o circuito de espaços memoráveis como Laura Alvim – por onde também passaram duas companheiras de geração: Marisa Monte e Zélia Cristina (hoje Duncan) –, Mistura Fina, Hipódromo Up, Palpite Feliz, entre muitos outros.

Com garra e perseverança, Ana Cristina foi construindo sua carreira. Nesse ínterim, vieram os CDs “A favor do tempo”  e “Toda beleza” – tendo este rendido DVD homônimo, o primeiro da artista –, e, em 2012, “Nas garras da paixão”, seu mais recente CD. Com dois de seus três DVDs, pôde homenagear importantes referências musicais. São elas os compositores Rui e Paulo André Barata, pai e filho, e Edi Proença, saudados, respectivamente, nos DVDs “Esse rio é minha rua” (2008) e “Bom dia, Belém” (2009).

Seja no palco ou no estúdio, Ana Cristina sente-se à vontade nos dois. O que gosta mesmo é de cantar. É com a voz que abre e trilha seu vitorioso caminho. E a vida lhe dá, aqui e ali, indícios de que é esse o percurso. Um exemplo? Ao ouvir sua interpretação de  “Uirapuru”, o maestro Waldemar Henrique declarou que era dela a melhor interpretação já ouvida daquela canção. E ela segue seu curso. Há 20 anos é assim. E a data pede (e merece) uma celebração!

Ficha Técnica:

Artista Ana Cristina

Participações: Sérgio Ricardo e Mu Chebabi

Músicos: Nei Conceição (direção musical e baixo), Leonardo Amoedo (guitarra), Luiz Otávio (teclado)e Erivelton Silva (bateria)

Serviço:

Show “Nas garras da paixão”/ Dia: 22/10 (quinta)

Horário: 21h

Local: Beco das Garrafas (R. Duvivier, 37, Copacabana. Tel: (21) 96800-8683)

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada para os casos previstos em lei)

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