Sérgio Cabral : “Nunca pedi autorização a nenhum biografado,até porque todos já eram mortos!”

Ney Matogrosso e Sérgio Cabral 083

Na noite de ontem o escritor Sérgio Cabral lançou no Rio de Janeiro,”Quanto mais cinema melhor”, uma biografia de Carlos Manga, respeitado diretor de cinema e tv, conhecido por obras memoráveis ao longo de sua extensa carreira.

Embora tenha no currículo algumas biografias de sucesso como as de nara Leão,Tom Jobim e mais recentemente Ataulfo Alves, o jornalista afirma que seu trabalho de pesquisa se traduz numa grande reportagem jornalística e não em uma biografia.E diz com todas as letras, diante da polêmica das biografias não-autorizadas, que jamais precisou pedir autorização a quem quer que seja para fazer seus livros.

Nosso site esteve por lá e bateu um papo informal com o jornalista.

“DEZ MINUTOS com SÉRGIO CABRAL”

*”Quanto mais cinema melhor” é o título do livro.Porque o senhor diz que não é uma biografia, embora retrate detalhadamente toda a vida de Carlos Manga?

Cabral-“É isso mesmo…é uma grande reportagem;porque na verdade eu sou repórter e a biografia foi um recurso que eu inventei para continuar trabalhando como repórter, porque eu sempre gostei de jornal e dentro de uma empresa que já fiz de tudo, fui editor,fui cronista, modéstia a parte eu fiz de tudo um pouco.Mas o que eu gosto mesmo é de ser repórter.”

*E a biografia é uma pesquisa grande, então tem muito do repórter ali também.

Cabral-“Eu faço uma grande pesquisa, narro fatos marcantes,mas também ponho os dados mais básicos, como onde nasceu,onde foi criado,nome completo,etc…”

*Dessa vez o senhor resolveu enveredar por outro ramo que não o dos músicos,anteriormente retratados em suas obras.Alguma razão especial?

Cabral-“Eu saí do campo da música popular brasileira e vasculhei a vida do cineasta Carlos Manga, mas que felizmente é um ótimo personagem, por tantas histórias bacanas que ele traz consigo.E falando dele, a gente traz á tona um período muito rico da história do cinema brasileiro.

*Provavelmente se o senhor continuasse biografando músicos, talvez tivesse algumas pedras no caminho, por conta de toda a polêmica atual diante das biografias não-autorizadas.

Cabral-“Olha, eu nunca pedi autorização a ninguém e nunca vou pedir…comigo não tem essas coisas não.”

*Mas nunca teve problemas em suas publicações?

Cabral-“Eu não, mas quem quiser me processar, que processe !..mas eu nem cogito em pedir permissão a alguém para escrever um livro, principalmente de uma pessoa pública.E no caso do Manga, foi a primeira biografia que fiz de um ser vivo, porque os outros já tinham morrido, então nesse caso poderia ter sido um risco,mas não foi.”

*Até porque existe uma grande amizade, não é verdade?

Cabral-“Sim,sim.Mas olha, vou lhe dizer uma coisa, não quero mais escrever livro algum e muito menos biografias.Encerro com o Manga meus rascunhos publicados.”

*Muito obrigado por ter nos concedido alguns minutos.

Cabral-“Eu é que devo agradece-los pela presença e pelo apoio.Muito obrigado por tudo.”

*Reportagem:Léo Uliana/*Foto:Sérgio Horta

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